segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Fala que eu te escuto.

Vivemos um tempo em que as pessoas, de modo geral, só querem falar suas opiniões e não ouvir o outro. Acaso ou não, foi criado o tal programa de TV, que se propõe a mediar os conflitos variados em rede nacional. Até disto a mídia se apropria...

Será que estamos desaprendendo a dialogar? Será que viciamos tanto em ver/ouvir TV e rádio onde não existe um diálogo, apenas um monólogo em que um agente despeja informações e outro recebe, e ponto? Na escola, onde o professor fala e ponto. No trabalho, onde o chefe fala de ponto.

Vejo que isto começa a se repetir em algumas relações , onde um fala e não ouve o outro, e se ouvir uma discordância de opinião tanto pior...

Cada vez mais me sinto um E.T., pois sou do tempo em que amigos verdadeiros olhavam um no olho do outro e diziam a verdade sem medo, sem disputas de poder, sem ameaças, apenas a verdade e o outro acolhia com respeito a idéia.

Parece que sofro de uma bendita doença infecto-contagiosa chamada autenticidade, que ocorre em gente de opinião formada. A nova ameaça das relações... Bom mesmo é pensar tudo igual.
Será?

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

A propósito da Semana Farroupilha...

É, somos seres contraditórios...

Apesar de tudo, sou fã das comemorações da Semana Farroupilha. Não é a toa que nasci no dia 14 de setembro. Gaúcha tchê!

Segundo o Edu, tem uma música do João Almeida Neto que foi feita pra mim, pra quem gosta de música gaúcha, segue a letra da "dita cuja":

As Razões do Boca Braba
João de Almeida Neto

Me chamam de boca braba
Não sabem me analisar
De gênio eu sou uma cachaça
Mas de alma, um guaraná
Só não me péla com a unha
Quem pretende me pelar
E depois que eu fico brabo
Não adianta me adular

FALADO:
Eu sei que é em mim que deságua
Quase que cento por cento
De todo o ressentimento
Desta gente que tem mágoa
É porque não bebo água
Nas orelhas dessa gente
Que adora mostrar os dentes
Por não terem fé no taco
Ficam grudado no saco
Dos políticos influentes

Me chamam de boca braba
Mas eu nem brabo fico
Não desfaço quem é pobre
Nem adulo quem é rico
Quando eu gosto, elogio
Quando não gosto, critico
E onde tem galo cantando
Eu vou lá e quebro-lhe o bico

FALADO:
O meu jeito há! há!
O meu jeito conforme já tenho dito
Pra uns é muito bonito
Pra outros, o meu defeito
Mas talvez seja o meu jeito
Que me troque de invernada
Cada um tem sua estrada
Seu lugar, seu parador
A abelha gosta da flor
A sarna, da cachorrada

Me chamam de boca braba
Esta gente tá enganada
Eu tenho é boca de homem
E tenho opinião formada
Sei qual é a boca que explora
Sei qual é a boca explorada
E é melhor ser boca braba
Que não ter boca pra nada.